Após conflito de interesse, Ronaldo retira candidatura à CBF

Após conflito de interesse, Ronaldo retira candidatura à CBF Foto: Reprodução

Ronaldo Fenômeno, que havia manifestado interesse em disputar a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), anunciou a desistência de sua candidatura. A decisão foi comunicada publicamente através de suas redes sociais, onde o ex-jogador revelou que 23 das 27 federações de futebol do país recusaram-se a se reunir com ele.

Além da falta de apoio das federações, um conflito de interesses também representou um obstáculo para a candidatura de Ronaldo. O ex-jogador tem um contrato com o Cruzeiro (MG) que prevê o recebimento de R$ 27,5 milhões por ano até 2035, referente à venda do clube. Esse vínculo com o time mineiro inviabilizou suas aspirações políticas no futebol brasileiro, já que o estatuto da CBF proíbe que o presidente da entidade mantenha ligações com qualquer clube.

Outro fator que impediu a candidatura de Ronaldo foi a cláusula de barreira da CBF, que exige o apoio de pelo menos quatro federações e quatro clubes para o registro oficial de uma candidatura. Uma fonte ligada à Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) revelou que o presidente Daniel Vasconcelos foi um dos líderes que recusaram o convite de Ronaldo. Além da FFDF, o presidente da Federação de Futebol de Pernambuco também negou o pedido do ex-jogador. A Federação Paulista de Futebol não respondeu ao convite.

Apesar de ter declarado seu interesse em presidir a CBF em dezembro de 2024, Ronaldo desistiu da candidatura apenas três meses depois. A próxima eleição para a presidência da entidade está prevista para 2026. Ednaldo Rodrigues, o atual presidente, permanecerá no cargo até março de 2026.

Confira declaração de na íntegra Ronaldo:

Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.

Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.

No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo.

O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.

Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união.

Fonte: Metrópoles.

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